quarta-feira, 12 de outubro de 2011

infância .


Eu gostava muito de sol e o cheiro da chuva me irritava. Gostava de viver de olhos abertos, de sentir o vento forte em meu rosto, de cantar bem alto minhas canções preferidas.
As coisa eram simples, mas eu gostava de complicar.
Eu queria crescer, acreditava que isso me tornaria livre, que boba eu, pensei que os adultos fossem frios por opção.
Eu não fazia ideia do quanto dói ter um coração partido no peito. Eu não fazia ideia de como é sorrir sem vontade alguma, de como é sentir sua garganta apertar e ter que olhar para cima e morder os lábios por não poder chorar. Eu não sabia o que era andar por um caminho inútil e mesmo assim não poder desistir. Eu não sabia como era ter que cuidar do coração de quem destruiu o meu.
Eu tenho que seguir, e não olhar para trás, se fosse só saudade tudo bem, mas é vontade de voltar também.
Eu não gosto mais de sol, e o barulho da chuva é minha canção de ninar, o cheiro eu nem sinto mais. O vento estraga meu penteado, fujo dele. E as canções, elas só me estragam todo o meu disfarce, não posso me dar ao luxo de ouvi-las.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

gentil .


Ninguém é perfeito.
Ninguém é totalmente bonito, nem feio.
Ninguém é tão forte quanto diz, nem tão fraco quanto parece.
Ninguém é tão honesto quanto gostaria, nem tão corrupto quanto os outros dizem.
Somos humanos, fracos, sensíveis, vulneráveis, limitados, interdependentes, e ao mesmo tempo fortes, destemidos e livres.
Não sabemos quem somos, mas gostamos de imaginar.
Aquele reflexo no espelho não sou eu, aquela é uma imagem que eu criei de mim mesma, nada confiável.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

relógio .



O tempo passa .
magoada, traída, enganada.
eu preciso aprender a lidar com minha vida adulta, ou preciso escapar de dentro da minha cabeça.
ainda o amo, ainda estou sozinha.
o outono está escapando por cada suspiro meu e eu tenho a terrível certeza de que esse inverno não vai me trazer qualquer conforto .

quinta-feira, 7 de abril de 2011

apenas .


Eu costumava acreditar que as pessoas eram o que elas tinham, vestiam e o que elas podiam comprar. Eu costumava acreditar que as pessoas podiam se moldar de acordo com o que elas gostavam e com o que elas queriam fazer. Mas não podem.
Eu estava errada, na verdade eu estou quase constantemente errada.
Estive errada tantas vezes e isso não me impediu de quebrar a cara, e quando eu quebrei, meu conhecimento não fez com que doesse menos.
Antes eu me importava, agora eu nem me importo mais, eu descobri que me sentia infeliz porque eu sempre tentei proteger as pessoas que eu amava, eu senpre estive disposta a assumir a dor para que elas não se machucassem. Eu tentei ser nobre, mas a nobreja já não é grande coisa.
As pessoas não hesitam em me oferecer seu lado frio e doloroso, e então por um momento, só por um momento eu pensei que pudesse ser cruel como elas, mas há uma parte de mim que eu não posso mudar.
Eu sempre vou ser a garota atrás da porta, a garota no fim da fila, no fundo da sala; a garota que sempre diz sim e esconde as lágrimas sob uma maquiagem péssima, um discurso ruim e um sorriso falso.
E quando eu olhar no espelho dia apos dia eu verei, um eco da garota que eu fui um dia, e sempre vou me lembrar de um passado que eu tentei segurar em minhas mãos, mas que escapou por entre meus dedos sem que eu pudesse fazer nada para evitar.
Eu sei que perdi muitas partes de mim, e já não sou nem a metade do que eu fui um dia, mas essa sou eu. Ninguém vai mudar, nem eu mesma poderia mudar se quisesse.
E você é você, apenas você, e por baixo dessa roupa que você usa, da sua maquiagem e independente do quanto você tem, será sempre você. E um dia você vai perceber que há coisas sobre você que nunca vão mudar.
As pessoas, no fundo, elas nunca mudam, as vezes elas se perdem no mundo, e as vezes se perdem dentro delas mesmas, mas nunca mudam.

domingo, 3 de abril de 2011

Fireworks .

Eu achava que sabia de tantas coisas, eu achava que era capaz de fazer muitas coisas. Eu não sei e respectivamente eu não sou.
Eu achava que eu era má, e então percebi que eu era uma gota d'agua num mar de sangue.
Eu achava que poderia magoar alguém, mas até nisso eu sou insuficiente.
Eu me considerava importante demais.
Eu podia abrir os olhos e te dizer: "Eu sou seu pior pesadelo!"
Mas eu não sou nada disso. Eu era uma gota d'agua num mar de sangue.
Eu era transparente demais, talvez pequena demais para ser notada. Mas eu era diferente.
Ainda sou diferente. As vezes boa, as vezes má. Eu não sou impressionante como fogos de artifício, mas quando eles se consomem nos céus eu brilho com suas luzes. O sangue não brilha.
O sangue é o sangue, absorve tudo ao seu redor, e embora eu tenha passado a vida inteira tentando ser como o sangue, eu ainda sou água, e água é apenas água, que reflete tudo.
A vida inteira eu me lamentei por nunca conseguir manter nada, as coisas sempre passaram por mim e se foram, e eu apenas servi para que elas se lavassem, só restavam as coisas ruins, isso parecia tão triste do meu ponto de vista.
Não lamento mais, não desejo ser nada além de uma gota d'agua e continuar por aí lavando as coisas ruins das outras pessoas. Ainda posso ser só eu mesma, e brilhar de vez em quando, e eu não vou me queimar por isso .

Memórias de uma gota d'agua .

about me .

Entre todas as coisas estúpidas que tem acontecido também há coisas boas.
As vezes eu fecho meus olhos, acho que há mais negativismo dentro de mim do que ao meu redor. Isso assusta um pouco.
Mas enfim, meu livro está indo bem, por incrível que pareça eu saí da página 1 e agora estou na página 37! São só dois capítulos e meio, mas é um avanço. A história está me deixando maluca, mas é bem a minha cara, não posso contar muitos detalhes, mas em breve eu terei meu próprio romance épico, no livro haverá um pouco de tudo: amor, guerra, traições, mistérios e muita sedução (66').
Enfim estou morrendo de saudades daqui e a vida não têm sido nada fácil, mas eu volto em breve pra contar as novidades.
Saudades daqui.
xoxo'

quarta-feira, 30 de março de 2011

rotina .

Muitas coisas mudaram ao meu redor. É como se nada fizesse muito sentido agora.
Eu costumava pensar que a vida era mais divertida, mais cativante; engano meu, a vida é uma rotina, um caminho, um papel em branco que você precisa preencher com suas cores e texturas, usando sua criatividade e todo o seu tempo.
Eu estou andando delicadamente nas margens do meu papel, estou seguindo uma trilha reta, sem curvas, sem desvios, e em meu caminho tampouco há cores, não as quero, não as venero, elas são boas, mas só machucam quando se vão. Estou cansada dessas coisas boas, que vem me me alegram e repentinamente vão embora e me deixam sangrando, em pedaços. Não as quero mais, não quero nada disso!
Enfim, meus beijos e meus abraços já não são grandes coisas, eu estive certa quando disse que não seria mais a mesma desde o último inverno, a primavera me trouxe flores mas elas não amenizaram nada; o verão me troxe um calor issuportável, além de cicatrizes que nunca vão se curar, e esse outono têm um gosto amargo; não vejo esperança nenhuma no inverno.
Mas a vida continua, o tempo não para e eu fiz promessas, e tenho que cumpri-las pra continuar sendo quem eu sou. Não posso esperar que o tempo me cure, pois o tempo não cura nada, não ouve ninguém. Tenho de me suturar sozinha, tenho que seguir em frente, vou encontar um caminho, tenho que encontrar.

Saudades do meu lar.